Denúncia sobre a administração caótica de Interlagos enviada ontem 21 de Agosto à Promotoria Pública.
Prezado Promotor José Carlos Guillen Blat
Ministério
Público do Estado de São Paulo
Rua
Riachuelo, 115, 7° Andar
Referência:
Inquérito Civil 5924/2015 - Autódromo de Interlagos.
Prezado
Promotor Blat,
Apesar de
intensa luta contra os demandos e irregularidades da Prefeitura Municipal de
São Paulo que ocorrem desde 1991, bem como de suas empresas "ditas"
privadas, SPTuris, a Gestora do Autódromo e SPObras, autora das obras no
autódromo, a situação em nada muda com mudança de governo, entra prefeito e sai
prefeito e tudo continua a mesma coisa, inclusive piorando na medida que passa
o tempo.
A seguir
listo uma série de irregularidades, algumas já constantes do Inquérito Civil 5924/2015
aberto por V.Sa, e que no presente, conforme sua informação, se encontra no
Conselho da Promotoria Pública para análise.
Como a
situação não mudou em nada, muito ao contrário, nada mais oportuno que
atualizar as informações para que sejam juntadas ao Inquérito de maneira a
garantir a análise correta dos fatos por parte do Conselho da Promotoria.
Some-se o
"terrorismo" presentemente espalhado pela SPTuris que pretende fechar
o autódromo no ano inteiro de 2018 para a "eternas" obras para a
Formula 1 condenando à miséria os profissionais que vivem do esporte a motor de
Interlagos. Como pode acontecer uma coisa dessas? Uma arbitrariedade
privilegiando um evento alienígena de retorno discutível. Todos os anos a mesma
coisa, fecha-se Interlagos e gastam milhões.
Como pode a
PMSP torrar mais de R$ 200 milhões em uma obra e continuar torrando mais R$ 40
milhões em 2018 só para atender as exigências descabidas da Formula 1? Que
atrativo e poder tem os promotores dessa categoria para se amancebar de bate
pronto com os que assumem o poder e fazer o que querem e terem todas as
suas exigências atendidas?
Agora querem
reformar os Boxes que se encontram em bom estado e isso apenas para torrar a
verba Federal que sobrou de R$ 40 milhões. O pior é que para jogar dinheiro
fora fecham Interlagos condenando a todos que vivem das corridas a uma miséria
maior que se iniciou em 2005, quando a nefasta SPTuris assumiu a administração
de Interlagos.
Que gastem
10% desse dinheiro em Boxes para as categorias do esporte a motor brasileiro
construindo Boxes mais simples em outro local.
Com o resto,
apliquem em saúde e educação para o povo, sem esquecer da merenda escolar, que
tem que ser à vontade e sem marcação de crianças imitando os nazistas em campos
de concentração.
1.Descumprimento de Combinado
Conforme
dito anteriormente, o atual administrador de Interlagos oriundo da
administração passada, a primeira coisa que fez foi cancelar a corrida marcada
pela Fasp em Janeiro de 2017. Cancelou alegando puerilmente e unilateralmente
que a Fasp não pagou 10% das datas do ano. Certamente, trata-se de um semovente
delirante, isso jamais fez parte de qualquer combinação ou tradição.
O signatário
solicitou audiência com o presidente David Barioni e o administrador Guilherme
para discutir o assunto, tendo comparecido pela Fasp, os Vice Presidentes,
Claudio Wilson Vieira, Elcio de São Tiago, Almir Vidal e Thiago Pereira.
Na reunião,
o presidente anulou o cancelamento e ao receber a reclamação do preço de R$ 51
mil contra os R$ 13 mil anteriores, nos explicou que apesar do antigo
presidente Alcino ter prometido em sessão não Câmara abaixar esse valor, o
mesmo não cumpriu a palavra e ainda colocou esse valor de R$ 51 mil como
formador das receitas do autódromo engessando o orçamento (sic).
O presidente
Barioni pediu compreensão e prometeu ajudar permitindo a realização de feiras,
exposições e outros eventos que ajudassem o esporte a motor a pagar os
escorchantes R$ 51 mil. Lembramos que nem nos piores momentos de inflação
galopante tivemos no país aumentos de QUATRO vezes o valor anterior. Ficou
claro que para isso Interlagos seria alugado na modalidade de "PORTEIRA
FECHADA", ou seja, os Clubes organizadores fariam os eventos que quisessem
pagando o preço fixo de R$ 51 mil. Pela lógica só esse sistema atenderia a
sugestão do presidente, já que os eventos não deveriam ter custo e sim servir
para pagar os R$ 51 mil. Isso acertado, nada mais foi tratado ficando o aluguel
fixado em R$ 51 mil "porteira fechada" e os Clubes com direito de
organizar eventos que ajudassem a pagar os R$ 51 que jamais passaram de um
assalto perpetrado pela administração do PT que estava saindo.
Qual não foi
a surpresa da Fasp e Liga receberem do administrador Guilherme Birello um
boleto de R$ 71 mil onde R$ 51 se referem ao aluguel do autódromo e R$ 20 mil
referente ao uso da Pista de Arrancada que não passa do antigo retão que está
abandonado e que teve sua pavimentação feita pelo Adhemar de Barros e recapeado
pela Erundina. Nunca foi mais usado, pois se mutilou o autódromo retirando esse
tracho.
Mas afinal,
a combinação "porteira fechada" vale ou não vale? A SPTuris parece um
supermercado onde o diretor vende o salame inteiro e o gerente vende em fatias.
Ao que nos parece seria bom o presidente e o administrador se entenderem o que
e como vão vender as coisas. Ou o administrador faz o que quer e o presidente
deixa? Afinal, o que garante esse insubordinado? Não precisa ser muito esperto
que é o hungarês promotor da Formula 1, que no fundo é quem manda no circo.
Novamente em
Junho tivemos outra reunião com o presidente David Barioni onde o mesmo foi
avisado dos problemas de esgoto descritos abaixo e dos desmandos do
administrador Guilherme Birello que estava presente. Assim como estavam
presentes o Engenheiro. Ivo Sznelwar e o Sr. Sandro Kushinir representando o
vereador Daniel Annemberg e o Deputado Floriano Pesaro. De novo, ficou
claríssimo que o aluguel era R$ 51 mil "porteira fechada".
Pasme-se, na
corrida seguinte, o aluguel continuou majorado em R$ 20 mil pelo uso da pista
de arrancada e os pilotos foram impedidos de usar os boxes na sexta feira.
Tiveram que alugar barracas a um custo enorme e montá-las ao lado do rio de
esgoto que corre pelo autõdromo.
A SPTuris
recebeu aluguel por tudo e não entregou os boxes, mas não deu desconto algum no
preço e ainda cobrou os R$ 20 mil pela tal Pista de Arrancada. E não tem
conversa, ou quer ou vá embora é a atitude do administrador. A situação está
descrita em mais detalhes abaixo.
E na corrida
da Liga a mesma coisa, tiveram que pagar R$ 71 mil, não tiveram acesso aos
boxes, que estão perfeitos e usáveis, e ainda nada receberam de desconto.
E assim vem
sendo, na corrida do final de semana da Fasp de 18/19/20 de Agosto de novo não
se teve acesso algum aos boxes, gastou-se uma fortuna em barracas ao lado de
esgoto e nada foi dado de desconto.
Afinal, quem
manda? Do que vale a palavra do presidente da empresa se o administrador não
muda o contrato e faz e cobra o que quer? Não mandam embora por que? De medo do
hungarês da Formula 1? Que amancebamento é esse?
Se V.Sa achar
necessário estou à disposição para que se convoque todos os envolvidos a saber,
David Barioni Neto, Guilherme Birello, Roberto da Silva Zullino, Claudio Wilson
Vieira (Fasp), Elcio de São Thiago (Fasp), Almyr Vidal (Fasp), Ivo Sznelwar e
Sandro Kushinir para que sejam feita oitivas e acareações. Não dou advogado,
mas sei que mentir e enganar em função pública é crime grave e isso tem que ser
apurado.
2-Esgoto:
Algo tem que
ser feito. Alguma coisa ou obra foi feita na administração anterior do Haddad que
alterou o sistema de esgoto.
Há
comentários que na F1 foram vistos caminhões de esgoto jogando os dejetos no
lago maior de madrugada, crime ambiental grave. Evidentemente, se isso ocorreu,
foi por total inação das estruturas da prefeitura e SPTuris. O que ficam
fazendo no autódromo que não vêm esse tipo de coisas que é cometário geral.
Sequer uma reles investigação sumária foi feita.
Esse golpe é
antigo, os caminhões Limpa Fossa cobram por volume e km rodado. Se
descarregarem no Lago economizam o km rodado. "Cui Bono", a quem isso
interessa? Baastaria a direção da SPTuris chamar os comissários de pista que
tudo sabem, pois ficam espalhados pela pista nos postos de controle.
Isso foi
avisado pelo signatário em reunião em Junho para o Presidente da SPTuris, David
Barioni Neto, mais duas testemunhas, o Sr. Sandro Kushinir e o engenehiro Ivo
Sznelwar, mas segundo o administrador Guilherme Birello, isso nunca chegou ao
seu conhecimento, o que é no mínimo estranho, porque os boatos e a radio peão
comentam o assunto abertamente.
A conferir
se o mesmo vai investigar como se deve, para apresentar explicações negando ou
confirmando. Face ao tempo passado, pelo jeito, o crime vai ficar por isso
mesmo, pois ao que nos parece, o investigado é o que investiga.
Caberia ao
presidente, em face da gravidade, ter nomeado uma Comissão de Investigação para
apurar os fatos, mas apenas pediu para que o administrador investigasse. Isso
não é governança, quem faz não controla e muito menos fiscaliza. Inclusive
porque se trata de crime ambiental grave inafiançável. Pelo que sabemos nada
foi feito.
Ou o sistema
normal que existia foi destruído/danificado pela obra ou houve aumento de
demanda, o que não deve ser o caso.
O cheiro que
se sente no estacionamento de autoridades deve ser porque se deixou de jogar
esgoto no Lago maior e o sistema está muito cheio ou mesmo vazando. Mas em uma
chuva forte transborda e vai para o Lago maior.
Manda a
prudência, que a nova administração chame a Cetesb para uma auditoria em regra
no sistema e também contrate uma empresa de engenharia de saneamento para
também auditar e propor soluções que hoje em dia nem são tão difíceis. No Japão
não é usual se ter os sistemas coletores que temos aqui e vivem muito bem
usando fossas sépticas. Tubulações em região de terremotos como no Japão correm
riscos de ruptura e as que existem são obras pesadas e não meros tubos.
Passados
seis meses nada foi feito, o presidente da SPTuris sequer tinha conhecimento do
fato quando foi avisado pelo signatário na reunião de Junho. O que o
administrador está fazendo que não avisa o presidente de uma coisa séria
dessas? Em criança chamava-se "cama de gato".
É um erro
achar que Interlagos é um buraco de onde o esgoto não teria saída. Existe uma
tubulação nas imediações da antiga Curva 3 que serve de “ladrão” do Lago maior
desaguando no Canal de Jurubatuba.
Se não
houvesse saída, Interlagos seria uma Lagoa de 30 metros de profundidade no
mínimo.
Vide foto
abaixo da situação, há inclusive marcação em azul mostrando ligação do Lago
Maior com o Canal de Jurubatuba.
Conforme o
exposto, o Lago Maior fica muito próximo do Canal de Jurubatuba, ainda não
existe possibilidade da PMSP negar características geográficas por mais que
queira, o Google Earth não deixa e a PMSP joga sim esgoto no Canal de
Jurubatuba via Lago Maior, isso é fato.
E tem
ligação sim há pelo menos 80 anos, só não sabe quem não quer ou quem não quer
saber.
Independente
do Canal de Jurubatuba ser poluído, o mesmo alimenta a represa Billings que
deixou de ser reservatório de uso para geração de energia pela Usina Henry
Borden em Cubatão e passou a ser fonte de água para a cidade, evidentemente com
alto custo de tratamento, pois na realidade é água do Rio Pinheiros, mas pelo
menos soluciona emergências como a havida há poucos anos.
Fora isso,
em caso de risco de alagamento da Cidade de São Paulo, há um Plano Emergencial
de rebaixamento dos Rios Tietê e Pinheiros. Abrem-se as comportas da Usina de
Edgar de Souza em Santana do Parnaíba, tentando rebaixar o Rio Tietê e ao mesmo
tempo, colocam-se as Usinas Elevatórias da Traição e de Jurubatuba funcionando
em regime máximo para enviar a água para a Billings. Se os rios e canais desse
sistema são poluídos, a culpa deve ser atribuída à Sabesp que é um "caso
perdido", pois tem um dos maiores passivos ambientais do mundo. A PMSP
entrar de "sócia" nesse passivo não é das melhores ideias.
Ter
Interlagos como contribuinte de poluição do canal com esgotos "in natura"
não nos parece a melhor política para a administração da cidade.
3-Continuismo Administrativo,
Feudo
Interlagos é
sabidamente um Feudo dividido entre vários interesses e facções, mas
evidentemente, os que fazem acontecer, que são os pilotos e mecânicos, não
estão incluídos, a menos de pagar as contas, tem que prestar vassalagem aos
políticos e burocratas que alijaram até os dirigentes do esporte, que de certa
forma tinham seus privilégios no butim e hoje estão no limbo.
Cruzam-se
veradores, prefeitos, secretários, promotores da Formula 1 com suas exigências
descabidas, TV e burocratas da SPTuris, aventureiros, promotores de shows e
eventos religiosos, todos de certa forma pendurados nas tetas do autódromo ou
no que o autódromo pode render para seus negócios.
Ao esporte a
motor como vassalo dos senhores feudais cabe pagar a conta, toda a conta.
O
automobilismo, assim como o motociclismo, apoiaram o atual prefeito maciçamente
porque vinham sofrendo desde o governo Serra que passou a gestão de Interlagos
para a SPTuris. O Campeonato Paulista de Velocidade organizado pela FASP -
Federação de Automobilismo de São Paulo iniciou sua derrocada causada pela
política irresponsável da SPTuris.
Basta se
olhar os resultados, em 2005 haviam mais de 230 carros por final de semana
participando dos campeonatos, mas hoje, depois de tanto desmando da SPTuris, o
número de carros diminuiu para 110 ou 130 nos seus melhores finais de semana.
O que se
esparava era uma mudança com a gestão Doria e aconteceu o contrário, nada mudou,
na realidade piorou.
Causa
surpresa que não tenha sido mudada a equipe de gestão de Interlagos se
colocando profissionais que entendam de esporte a motor e tenham trânsito junto
à comunidade, desta forma encerrando a nefasta influência da SPTuris sobre o
esporte.
A maior
prova de feudalismo e continuidade é que o governo Haddad manteve a mesma
estrutura do Governo Kassab, mesmo o Haddad sendo do PT, que tem como linha de
atuação o aparelhamento das estruturas de governo com membros do partido. Nada
contra, é do jogo político se montar equipe de governo. Por quê o Haddad não
mudou? Porque não se mexe em vespeiro e em feudos.
O presente
administrador não é engenheiro e foi colocado pelo Governo Haddad pouco antes
do final e nada entende do esporte a motor e de engenharia, mas foi mantido no
atual governo. Um absurdo, para que se faz uma eleição para prefeito e ficar
tudo igual ou pior como é o caso agora? Se o povo não quisesse mudanças teria
votado no Haddad ou que não se fizesse eleição gastando uma fortuna, um sorteio
como na Atenas antiga é um critério de escolha como qualquer outro.
Isso tem
causado problemas para as lideranças do esporte a motor que não sabem mais o
que dar de desculpa para a comunidade que está cobrando e sofrendo com os
desmandos e incompetência há anos desde que o autódromo passou para a nefasta
SPTuris.
Registre-se
que o prefeito Serra passou a administração de Interlagos para a SPTuris por
receio do Tribunal de Contas do Município que poderia questionar as eternas
reformas anuais e as arquibancadas provisórias que custam uma fortuna. Como a
SPTuris é uma empresa de direito privado auditada contabilmente por auditoria
independente, a mesma não está no radar do TCM. Em resumo, se deu a
administração de um dos mais importantes autódromos do mundo para uma empresa
que sequer sabe cuidar de Notas do Carnaval (vide o acontecido há poucos anos
quando as mesmas foram roubadas na frente das TVs. Tudo para não passar no TCM.
No início,
se explicou que havia uma Liminar proibindo a demissão de ocupantes de Cargos
em Comissão, o que não era verdade.
A SPTuris perdeu
a ação em que contestava a proibição de contratação de pessoas de em
"cargos de confiança".
A foto
mostra a decisão do juiz publicada em 14/06/2017 onde proíbe a contratação de
funcionários em cargos de confiança por seis meses.
Ou seja, no
ententimento míope da SPTuris, o administrador de Interlagos tem que ser
mantido até dezembro, perdendo-se um ano de trabalho de mudança.
A SPTuris
sequer entendeu que o juiz não proíbe a demissão de ninguém e tampouco o
afastamento da função. Bastaria afastar ou demitir o atual administrador de
Interlagos, extinguir o cargo em comissão e passar a função para um funcionário
administrativo contratado normalmente fora do regime de "cargo de
confiança". Assim era na Secretaria de Esportes e funcionou muito bem
durante décadas.
Abaixo um
print screen da ação e da decisão do Juiz. O meretíssimo foi cristalino em sua
decisão. Proíbe a Contratação em Cargos em Comissão, mas não proíbe a demissão
de ninguém.
4-Ligação Elétrica
É uma vergonha
o governo Haddad gastar mais de R$ 200 milhões e não gastar R$ 2 milhões para fazer
a ligação elétrica do tal Prédio Novo e Torre de Controle. O Prédio Novo foi
feito custando uma fortuna apenas para aumentar o paddock em 2 metros.
Além disso, o
governo Haddad deixou a obra incompleta, sem esgotos, sem energia, sem alvarás,
não deve ter sequer planta aprovada, pois a Adm Regional da própria prefeitura
não deu o Alvará de Funcionamento.
Em resumo,
Interlagos é uma FAVELA na qual é montado um cenário falso para o GP de F1. E
se torrou R$ 200 milhões em algo que nem R$ 100 milhões deve valer.
Isso foi
coisa da administração anterior, mas a nova administração completou 6 meses e
nada fez. Estamos falando de 1% do valor da obra para ligação elétrica e nada
foi feito.
Tem uma
turma de pilotos cearenses, cariocas, matogrossneses, mineiros, paranaenses,
amazonenses que correm regularmante em Interlagos e que sequer podem tomar
banho em um autódromo da F1. Como explicar a pilotos estrangeiros, que aqui vem
mensalmente, que não podem tomar banho em um autódromo da Formula 1? Para
americanos, canadenses e sul africanos explicar isso fica difícil.
A
administração aluga o autódromo como está, obrigando os Clubes a alugar
geradores a custo alto repassando esses custos para os pilotos e equipes.
Mesmo com
geradores, não se consegue fornecer energia para o Prédio Novo inteiro que fica
parte sem luz, sem energia e isso impede que metade do Prédio Novo tenha
iluminação e água para banheiros. Os que ficam a partir dos boxes 16 ao 23 tem
que andar até a região dos boxes 0 a 15 para usar banheiros.
A estrutura
da Pirelli abrigada no final do novo prédio tem que fazer uma
"gambiarra" com um cabo ligado no Box 23 para ter energia.
Um absurdo,
todos os carros de corrida abastecidos no Posto que fica no estacionamento
inferiror e pessoas que entram no portão dos Boxes, passam em cima desse cabo
energizado, que por sinal não é o único, há mais cabos energizados alimentando
salas, banheiros e lanchonetes que saem dos boxes em direção ao Prédio Novo.
Tudo porque não se fez obra decente e completa, mas os R$ 200 milhões o gato
comeu.
As equipes
que alugam salas no Prédio Novo para Hospitality Centers, para seus
patrocinadores e fãs, não podem ligar o ar condicionado porque o gerador não
aguenta. Ao invés de se ter um ambiente prazeroso, apenas se tem um gasto
inútil com uma sauna inadequada.
Pergunta-se:
um equipamento de ar condicionado tem um custo considerável em relação ao valor
total da obra, chega a 10% no caso de um prédio a 40% no caso de uma fábrica,
no caso de Interlagos deve se situar em pelo menos 20%, não há economia de
escala nesse tipo de equipamento, pois volume de ar maior significa custo maior
pela maior capacidade requerida em BTUs. Por que a prefeitura gastou uma
fortuna em instalações de ar condicionado se as mesmas não podem ser utilizadas
porque não se tem energia?
Só são
utilizadas na Formula 1 porque a prefeitura aluga geradores potentes e em grande
número para que esses aparelhos possam ser ligados.
O que não
deixa de ser dinheiro jogado fora, visto que essas instalações precisam sofrer
extensa revisão depois de paradas. Instalações de ar condicionado devem ser
ligadas a cada 15 dias do contrário se degradam.
Manter o
Prédio Novo e a Torre sem energia por um ano não é coisa que se faça, pois além
de prejudicar aos usuários do esporte a motor, degrada o patrimônio público.
5-Torre de Controle
Trata-se de
uma anedota o que foi feito. A Torre tem área enorme e de certa forma
enterrada, o que não deixa de ser bizarro.
O Diretor de
Prova tem que ficar correndo de um lado para o outro como um maluco para ver o
que está acontecendo nos pontos da pista e poder tomar as decisões para
salvaguardar a vida dos pilotos. São pelo menos 30 metros a cada corrida.
A Torre foi
feita apenas se pensando na F1 onde todo o controle é eletrônico, mas esse não
é o caso do automobilismo paulista e tampouco do brasileiro.
A
administração do autódromo aluga um equipamento e não tem a menor ideia para
que esse equipamento é usado, pois desconhece o básico do esporte a motor.
Torna-se necessário
que se faça uma estrutura, um mero abrigo, bem menor em cima da laje do
pavimento atual, para que o Diretor de Prova possa acompanhar visualmente a
corrida e tomar suas decisões.
O esporte a
motor é atividade de risco inerente em si, não se deve aumentar esses riscos
com equipamentos inadequados. A administração pensa "dentro da caixa"
e não consegue perceber que existe automobilismo fora da F1. Existe vida fora
da Formula 1 em todos os autódromos do mundo que recebem a F1 apenas uma vez
por ano e não se pautam apenas por esse evento.
A Torre tem
2 elevadores, duas INUTILIDADES DOMÉSTICAS, pois não funcionam porque o
gerador, sempre o gerador, não aguenta.
A Torre é um
forno, mas tem um ar condicionado potentíssimo, mas que fica desligado porque o
gerador também não aguenta. Mais um equipamento de ar condicionado se
degradando por falta da ligação elétrica.
Um veterano
jornalista, que é muito respeitado no meio, não tem uma perna. Nas 8 Horas de
Marcas ele veio cobrir. Alguém teve que levar a cadeira de rodas e ele
escalou 3 andares que são seis lances de escadas de metal arrastando-se. Onde
já se viu a prefeitura tratar desta forma um deficiente? Que não se alegue
que a culpa é dos Clubes organizadores, eles fazem o que podem. Fora que a PMSP
e SPTuris tem obrigação de disponibilizar seus imóveis adaptados para acesso de
defcicientes. É a Lei.
A prefeitura
fez os prédios, deveria tê-los terminado condignamente e de acordo com as
melhores práticas e aí sim alugá-los a preço justo, afinal torrou mais de R$
200 milhões em uma obra inútil.
Repassar
decisões erradas, erros de projeto, erros de obra e não término de obras, para
o esporte a motor não é a melhor maneira de tratar o esporte ou mesmo o
patrimônio público e a população.
O fato é que
tudo é repassado para os pilotos, assim fica fácil se administrar Interlagos.
Como deve ser bom administrar com o "dinheiro dos outros".
O que separa
homens de moleques são duas perguntas? Quanto custa? Quem paga? A SPTuris não
quer saber quanto custa e nada paga, só cobra e não entrega como explicado
abaixo no item 9.
6-Segurança
Portas com
enormes vãos onde uma pessoa pode cair de uma altura de dois andares, isso no
predio da Torre de Controle que tem um fluxo grande de gente, inclusive menores.
Terraços sem
balaustre, obrigando que os Clubes organizadores a aumentar a segurança gastando
mais para não permitir ingresso de incautos. Em resumo, é uma MALOCA de R$ 200
milhões mal feita e mal acabada.
Os Toldos
todos rasgados e podres impedindo o uso do terraço, pois apesar de serem feitos
de tecido, os mesmos são pesados e há estruturas metálicas de apoio que estão
soltas e podem ferir o público. Fora o aspecto de desleixo, um horror se ver
coisas rasgadas e caindo.
Somente em
Julho, os toldos rasgados foram retirados, para variar para se preparar para a
F1, que parece ser a única coisa que a Prefeitura e SPTuris dão importância.
Miopia administrativa e gerencial é o caminho do desastre, além de gestão temerária,
um equipamento público não pode viver apenas de um evento por ano. A era dos
Sambódromos usados uma vez por ano já passou. Cabe ao gestor público não
disperdiçar dinheiro alheio com esse tipo de momice irresponsável e estimular o
uso buscando receita. Não é o que acontece desde 1991 onde se implantou a
ditadura da Formula 1 que deve mexer seus pauzinhos para impossibilitar outras
categorias internacionais de usarem o autódromo. A PMSP se metendo em disputas
de categorias internacionais é absurdo. Na maioria dos autódromos onde a
Formula 1 corre também correm outras categorias internacionais, mas aqui isso
se tornou impossível a ponto da PMSP ter que fazer provas de Formula Indy
usando o Sambódromo e a Marginal do Tietê mesmo tendo Interlagos. É a arte de
se jogar dinheiro fora.
Na Formula 1,
a prefeitura faz um monte de passarelas e estruturas provisórias todos os anos
e resolve o problema momentâneamente e depois todas essas estruturas são
retiradas, deixando as edificações inacabadas ao deus dará, quem for usar que
se vire.
Basta ver o
acima descrito no caso dos Toldos e buracos, que se transformam em precipícios
e fatores de risco. Neste ano, peças metálicas da estrutura dos Toldos caiu na
área dos boxes e do paddock (área atrás dos boxes por onde entram os
equipamentos e carros).
O pior é que
todos os anos torram fortunas em coisas provisórias. Seria bem menos oneroso
fazer as coisas direito de uma vez só. Gastar R$ 200 milhões e não se resolver
nada mostra a indigência da gestão pública, que vem desde o governo Erundina em
1991 e foi perpetrada por todos os prefeitos seguintes.
Não nos
parece que essa é a melhor forma de zelar pelo patrimônio público e muito menos
pelos cofres públicos, pois todos os anos a prefeitura gasta em coisas
provisórias e nunca se termina a obra.
Parece que
existe uma indústria de "obras provisórias" no estilo das Catedrais
Medievais que não terminavam nunca para que se pudesse arrancar dinheiro do
povo.
As
arquibancadas são outro exemplo, são montadas desde 1991 a um custo altíssimo
de montagem e desmontagem e ainda exigem que não se use o autódromo quando são
feitas.
Uma rematada
arbitrariedade e incompetência, as arquibancadas são o que o próprio nome indica
vindo do Latim, são lugares afastados da pista com proteção dos assistentes,
não se precisa fechar nada para serem erguidas, ainda mais porque há vias de
contorno para acesso, mas a prefeitura fecha mais de quatro meses. Agora que
fechar pelo ano de 2018.
A engenharia
teve alguns progressos nesse sentido desde o Coliseu de Roma, mas a PMSP ainda
não deve ter tomado ciência disso.
Cui bono? A
quem interessa isso que vem vindo desde 1991?
7-Preço
A
administração do Haddad passou de R$ 13 mil para R$ 51 mil por final de semana
(três dias), fez isso no apagar das luzes e ainda colocou no orçamento, apesar
do presidente anterior ter prometido publicamente em reunião na Câmara dos
Vereadores em Dezembro de 2016 rever os preços. Não reviu nada e mentiu para os
vereadores e para a comunidade do esporte a motor e nada acontece.
A nova
administração solicitou um voto de confiança, visto que esse valor foi colocado
no Orçamento e prometeu ajuda na realização de eventos que absorvessem esse
custo.
Até o
momento, nada foi feito no sentido da SPTuris ajudar na realização de eventos
complementares que ajudem absorver os custos. Afinal, estímulo a eventos parece
ser o objetivo da empresa. Se faz parada gay, carnaval, corrida de garçons com
colher carregando ovo, bolo na 13 de maio e mais uma série de eventos, porque
não faz nada em Interlagos e larga a bomba para a comunidade do esporte a
motor? Afinal, para que a SPTuris existe para o esporte a motor se apenas o
prejudica?
Todo esse
aumento de custos, acaba sendo repassado para quem faz o esporte a motor, os
pilotos. Não nos parece que é a melhor maneira dos pilotos, paulistanos,
paulistas, brasileiros e estrangeiros serem tratados pela administração
paulistana.
O pior é que
nem esse preço maluco tem sido cumprido, a SPTuris não cumpre o combinado e
cobra R$ 71 mil ao invés de R$ 51 mil conforme explicado no item 10.
8-Alvarás
Isso é uma
novela mexicana de mau gosto, Interlagos não tem alvará da obra e de
funcionamento. Até pelas condições apontadas anteriormente. Isso causa um
enorme transtorno e custo para se aprovar corrida a corrida, afinal, a
Adminstração Regional não é maluca o suficiente para dar alvarás para
"puxadinhos" e favelas em geral.
Os organizadores
tem essa despesa que é de culpa exclusiva da prefeitura e tem que pagar o
alvará para as provas para a própria prefeitura e não recebem nem satisfação e
tampouco ressarcimento.
Inventaram
uma nova modalidade de assalto, a prefeitura não faz nada com uma mão e arranca
dinheiro das vítimas com a outra cobrando taxas de Alvarás que ela PMSP deveria
ter providenciado.
Mais uma
despesa repassada para quem faz o esporte a motor, os pilotos.
9.Auditoria da Obra.
As obras
feitas pela administração Haddad são objeto de Inquérito Civil de número 5924/2015
na Décima Promotoria Pública.
Entre as
irregularidades, destaca-se a entrega da responsabilidade pelo Projeto
Executivo para a empreiteira da obra, Equipav, ato contrário à Lei e à ética do
exercício da engenharia.
Para
culminar, o Diretor da SPObras Maurício
Prado da SPObras, em reunião na própria SPObras ainda em 2016, informou pública
e candidamente que o Projeto Excutivo tinha sido entregue para a empreiteira Equipav
estuprando a ética da engenharia e a Lei que proíbe que se faça isso. Onde
estavam os procuradores da PMSP que nada viram?
Também há
suspeitas de não ter sido apresentado o Estudo de Solos adequado a obras desse
porte. Há inúmeros engenheiros civis entre os pilotos e muitos comentam sobre o
superfaturamento da obra, pois o que foi feito não poderia custar R$ 200
milhões.
Pergunta-se:
O que a atual administração fez para apurar essas suspeitas? Houve tratativas
com a Promotoria Pública para apurar os fatos contidos no IC 5924/2015?
O que está
sendo feito para que se apure responsabilidades sobre eventuais irregularidades
nas obras?
Houve pedido
ao Tribunal de Contas do Município para auditar a obra? Nada. Uma obra que
evidentemente foi uma roubalheira e fica tudo por isso mesmo.
Fora a
qualidade do projeto que jogou no lixo R$ 200 milhões para aumentar o paddock
em 2 metros com prédios mal feitos, mal acabados e que não tem água e luz.
Seis meses
de governo e nada muda, nada se investiga e nada se faz. Muito ao contrário, a
atual administração está seguindo o projeto maluco e instalando um
"telhado de mercadinho" em cima dos boxes obstruindo a visão do
público. Uma das atrações de Interlagos foi sempre a excelente visão que era
dada ao público. Nestes anos, a única coisa que fizeram foi acabar com isso
fazendo esqueletos de concreto para a Formula 1 que está pouco se lixando para
público, pois ganha dinheiro com TV.
Afinal, para
quê estão instalando um "telhado de mercadinho" torrando dinheiro se
pretendem demolir os boxes em 2018? Cui bono? Mais uma Catedral Medieval para
morder grana?
Espera-se
que o administrador público seja pró-ativo no zêlo pelo patrimônio e pelos
recursos públicos e que não fique esperando providências de promotores que não
tem obrigação de governar, quem tem obrigação de governar direito são os
eleitos em sufrágio. Fica fácil governar obedecendo o que o Ministério Público
e culpar o mesmo se não se faz as coisas.
Agora virou
moda prefeitos usarem o MP como Pedra Filosofal e Elixir da Longa Vida e tirar
o corpo fora. Nada demais, a omissão sempre esteve no DNA do poder executivo da
nação, o não fazer nada é a alternativa mais atraente. O executivo não tem medo
de errar, tem medo de não achar um culpado pelos erros que comete, o de omissão
é o mais comum. Elege-se gente vocacionalmente omissa, mas que sempre inventa
jeitinhos de enfiar a mão no bolso dos outros.
Gastou-se R$
200 milhões do dinheiro do contribuinte brasileiro, já que R$ 150 milhões
vieram do Governo Federal e não há nenhuma satisfação de como isso foi gasto,
muito ao contrário, o que nunca existiu nessas obras foi transparência.
O valor de
R$ 200 milhões é mera estimativa, há quem fale que a bacanal com dinheiro
público para inutilidades foi de mais de R$ 360 milhões. Se pelo menos tivessem
feito direito e com qualidade pelo menos se amargaria apenas o prejuízo
monetário.
Na obra de
2016, a Administração Haddad torrou R$ 200 milhões para fazer uma favela, mas
os outros prefeitos não são inocentes. Todos os anos desde 1991 se fazem obras
em Interlagos se gastando de R$ 20 a R$ 40 milhões dependendo se a pista for
recapeada, o que tem que ser feito a cada 3 anos.
Uma boa
parte é gasta em arquibancadas provisórias montadas todos os anos. No resto,
uma demão de cal, algumas torneiras e bacias, estruturas de passarelas e
cenários para esconder a favela. Uma parte disso, a demão de cal, as torneiras
e bacias, é o que sobra quando a Formula 1 vai embora.
Será que é
difícil perceber que existe uma indústria de arquibancadas e obras provisórias
que estão enchendo os bolsos de políticos por décadas? O que se gastou em
Interlagos desde 1991 daria para fazer mais de 3 autódromos de primeiro nível,
mas apesar do dinheiro gasto, o que se tem é uma favela. Spielberg na Áustria
requereu pouco mais que US$ 50 milhões, menos que Interlagos apenas para ser
"reformado", e é um excelente autódromo que pode receber Moto GP,
coisa que Interlagos não pode por ter havido interferência da Formula 1 nas
"lavadeiras" da pista, que não são adequadas para motocicletas.
Aliás, é notória a interferência da Formula 1 em Interlagos desde 1991 quando
destruíram o Circuito Antigo, mudaram a saída dos boxes para que o Anel Externo
não fosse usado pela Formula Indy ou Nascar, ou seja, a Formula 1 é quem manda
no "galinheiro" há décadas.
10.Ocorrências durante corridas
São comuns
os atos de desídia e má vontade por parte da atual administração de Interlagos,
ainda originária do governo Haddad. Em janeiro, tentaram cancelar uma corrida
previamente acertada e contratada. O fato foi anulado pela ação da comunidade
do esporte a motor que foi na SPTuris falar com o presidente e fez a administração
de Interlagos voltar a trás.
O pior é que
essa tentativa de cancelamento foi motivada por motivo pueril e unilateral por
parte do administrador, que cismou que a Fasp (Federação de Automobilismo de
São Paulo) tinha que pagar 10% do aluguel de todas as datas de 2017, sendo que
a SPTuris sequer confirma todas as datas porque é pautada pela inefável Formula
1, que por sinal já está há tempo demais para o que estiver fazendo. Pagar
depósito de 10 datas e depois ficar esperando reembolso porque a data foi
cancelada?
Acham que
lidam com retardados? Isso é abuso de poder, arbitrariedade e coisa de rufião
de lupanar.
Ao que
parece, o administrador que exerce "cargo de confiança" não é tão
confiável assim, porque vive arrumando casos para o atual governo na certa
tentando colocar a comunidade do esporte a motor contra o prefeito Doria.
Na última
corrida nas datas de 28/29/30 de Julho, os pilotos foram surpreendidos com o
impedimento de acesso aos boxes na sexta feira dia 28.
Para abrigar
carros, equipamentos, ferramentas, peças e espaço para os trabalhadores, os
pilotos foram obrigados a alugar barracas pagando pelo final de semana.
Banheiros
nem pensar, inexistem no local e os que existem ficam muito longe e ainda são
precários e em número insuficiente. Fora o enorme prejuízo, pois se alugar
barracas em regime de urgência custa muito mais caro.
Além disso,
a área que a SPTuris reservou para a montagem das barracas fica em região onde
corre esgoto a céu aberto causado pelo não esvaziamento das fossas sépticas que
é de responsabilidade da SPTuris. Não esvaziar fossas sépticas é o apogeu da
irresponsabilidade.
O
interessante é que a SPTuris cobrou R$ 51 mil mais R$ 20 mil pelo uso da pista
de arrancada, um assalto, a pista de arrancada está lá jogada às traças e não
tem nada, apenas o asfalto que deve ter sido feito pelo Maluf já que é do
Circuito Antigo. E cobrou mais R$ 51 mil pelo aluguel do autódromo, preço que
que incluí os boxes e não os entregou na sexta feira.
Essa
cobrança de R$ 20 mil pela chamada Pista de Arrancada (exagero chamar um pedaço
de asfalto velho de pista de arrancada) é indevida. Foram feitas duas reuniões
com o presidente da SPTuris, uma em janeiro e outra em julho onde ficou
combinado que o autódromo seria alugado na modalidade "porteira
fechada", ou seja, os organizadores poderiam fazer quaisquer atividades,
desde feiras e exposições até competições desportivas de esporte a motor ou de
qualquer esporte. Isso em troca da boa vontade da comunidade do esporte a motor
em aceitar o aumento de preço de R$ 13 mil para R$ 51 mil. De nada adiantou o
atual administrador estar presente nas duas reuniões se o mesmo arbitráriamente
cobrou os R$ 20 mil mandando um boleto de R$ 71 na base ou paga ou tiro a data.
O que é isso? Além de não dar desconto de 1/3 pela não entregas dos boxes na
sexta ainda não pagou o aluguel das barracas que seria sua obrigação se
honestidade para com seus clientes fosse o objetivo da empresa.
A SPObras,
esta encarregada das obras de demolição para adequação para a F1, sempre a F1
note-se e não o povo ou o esporte a motor, não manteve engenheiros fiscais para
fiscalizar a empreiteira que começou a demolir a parte de cima dos boxes usando
serras elétricas para cortar o aço do concreto. Não usou telas de proteção como
requer a norma e o resultado foi uma chuva de fagulhas e pedaços de concreto em
cima dos carros caríssimos que estavam na frente dos boxes 3/4/5 sendo
abastecidos com gasolina de avião via torres de 100/200 litros, mas dentro dos
boxes costuma haver 1000 a 2000 litros dessa gasolina. Um ato de periclitação
da vida dos outros causado por negligência e descaso, além de desrespeito para
com os clientes.
Uma explosão
de um tanque dentro dos boxes mataria umas 20 pessoas se houvesse sorte. Só não
ocorreu um desastre porque pilotos e preparadores sabem com o que estão lidando
e minimizam riscos, são profissionais.
O risco
poderia ser evitado por telas de proteção de acordo com Normas e melhores
práticas e orientação para os trabalhadores.
As duas
fotos a seguir mostram as condições precárias a que os pilotos e mecânicos
foram submetidos na sexta feira 28 de Julho mesmo tendo pago o aluguel dos
boxes.
Os fatos
acima ocorreram na etapa organizada pela Federação de Automobilismo de São
Paulo - FASP, mas nas corridas organizadas pela Liga Desportiva de
Automobilismo nos dias 11/12/13 de Agosto a coisa não foi diferente.
A SPTuris
enviou o boleto de R$ 71 mil, não deu acesso aos boxes, pelos quais recebeu o
aluguel, em nenhum dia e não deu desconto algum.
A Liga ainda
está começando e teve que optar por provas mais curtas e variadas, minimizando
a necessidade de barracas com todos se apertando no chamado Lajão. O pior é que
qualquer um que passasse pelos boxes veria que os mesmos estão prontos e em
plenas condições.
É preciso se
entender que um carro de corrida não é apenas o piloto, requer cinco pessoas
para ser colocado na pista, requer energia para as ferramentas e iluminação e
ar comprimido para pneus e ferramentas, coisas que existem nos boxes de
Interlagos. A não se disponibilizar os boxes por mero "capricho" e
para dizer quem manda, pois os mesmos não foram objeto de obras, causa enormes
prejuízos pelo aluguel de geradores, construção de "gambiarras de energia
para iluminação e ferramentas, aluguel de barracas, compressores e condições de
trabalho inadequadas para que se trabalhe em máquinas de tecnologia de ponta.
Tudo na base da ditadura da SPTuris, ou paga e aceita ou cancelam a etapa. Esse
negócio de rufião de cais da Boca de Buenos Aires tem que acabar por bem ou por
mal.
11.Formula 1
A Formula 1
é um bando de marcianos que aportam aqui uma vez por ano e não tem a menor
ligação ou integração com o automobilimo brasileiro e paulista. Acescente-se a
torração de dinheiro público de forma irresponsável com obras malucas e mal
feitas e com as "obras provisórias" geradoras de caixa para
políticos.
Além disso,
PMSP paga para a promotora da Formula 1 uma quantia em dólares entre 30 milhões
a 60 milhões. Isso é o que é cobrado de Silverstone e de Nurburgring, mas
Silverstone já usou a cláusula de rescisão contratual e não mais vai abrigar o
GP da Inglaterra em 2019. Por que o valor pago foi estimado em uma faixa entre
30 e 60 milhões de dólares? Simples, porque ninguém sabe qual é o valor certo porque
o contrato é uma caixa preta e secreto, a PMSP nunca deu conhecimento
público ao ato, a estimativa foi obtida de outros autódromos do mundo
administrados por gente honesta ou quase.
Mas como
assim? A PMSP faz um contrato secreto onde deve pagar uma fortuna e ninguém
pode ver? Ninguém fala nada? Não há transparência? Onde estamos? Em Uganda?
Muito ao
contrário do nome pomposo de GP do Brasil, o verdadeiro nome é o GP da Miséria,
pois a PMSP fecha o autódromo por quatro meses, condenando à fome os
trabalhadores que vivem das corridas.
Corridas não
são apenas pilotos, estes são os que pagam as conta. Atrás de um carro de
corrida tem pelo menos cinco pessoas que são trabalhadores como já dito acima,
na sua maioria humildes, que ganham honestamente seu pão e o sustendo de suas
famílias. Fora os empregos indiretos de torneiros, preparadores, fornecedores
de peças e acessórios, roupas.
Estamos
falando em milhares de pessoas e suas famílias, pelo menos 50 mil vivem das
corridas em Interlagos e não de poucos "gatos pingados". Do lado da
indústria, apenas a roupa de um piloto com o capacete e Hans Device custa R$
10.000,00 no mínimo. Como pode viver essa indústria quatro meses parada? No
race, no money. Metade das oficinas de preparação no entorno de Interlagos
fecharam ou estão periclitantes.
Além da
miséria, a atuação da prefeitura desde 1991 é nefasta em termos tecnológicos,
pois quando essas estruturas desaparecem, a tecnolgia se perde, um número
enorme de profissionais gabaritados foi fazer outra coisa. A verdade é que a
PMSP e sua visão míope focada na Formula 1 destruiu o automobilismo paulista
que era o maior do país.
Essa é a
verdadeira face do GP da Miséria.
Roberto das Silva Zullino,
Engenheiro Civil pela Poli/USP 1972, Master of Science in Civil Engineering and
Management, Stanford University, CA, USA, 1978/1980.
Esgoto a céu aberto e ninguém faz nada: