terça-feira, 22 de agosto de 2017

Interlagos é uma FAVELA

Denúncia sobre a administração caótica de Interlagos enviada ontem 21 de Agosto à Promotoria Pública. 



Prezado Promotor José Carlos Guillen Blat
Ministério Público do Estado de São Paulo
Rua Riachuelo, 115, 7° Andar

Referência: Inquérito Civil 5924/2015 - Autódromo de Interlagos.

Prezado Promotor Blat,
Apesar de intensa luta contra os demandos e irregularidades da Prefeitura Municipal de São Paulo que ocorrem desde 1991, bem como de suas empresas "ditas" privadas, SPTuris, a Gestora do Autódromo e SPObras, autora das obras no autódromo, a situação em nada muda com mudança de governo, entra prefeito e sai prefeito e tudo continua a mesma coisa, inclusive piorando na medida que passa o tempo.
A seguir listo uma série de irregularidades, algumas já constantes do Inquérito Civil 5924/2015 aberto por V.Sa, e que no presente, conforme sua informação, se encontra no Conselho da Promotoria Pública para análise.
Como a situação não mudou em nada, muito ao contrário, nada mais oportuno que atualizar as informações para que sejam juntadas ao Inquérito de maneira a garantir a análise correta dos fatos por parte do Conselho da Promotoria.
Some-se o "terrorismo" presentemente espalhado pela SPTuris que pretende fechar o autódromo no ano inteiro de 2018 para a "eternas" obras para a Formula 1 condenando à miséria os profissionais que vivem do esporte a motor de Interlagos. Como pode acontecer uma coisa dessas? Uma arbitrariedade privilegiando um evento alienígena de retorno discutível. Todos os anos a mesma coisa, fecha-se Interlagos e gastam milhões.
Como pode a PMSP torrar mais de R$ 200 milhões em uma obra e continuar torrando mais R$ 40 milhões em 2018 só para atender as exigências descabidas da Formula 1? Que atrativo e poder tem os promotores dessa categoria para se amancebar de bate pronto com os que assumem o poder e fazer o que querem e terem todas as suas exigências atendidas?
Agora querem reformar os Boxes que se encontram em bom estado e isso apenas para torrar a verba Federal que sobrou de R$ 40 milhões. O pior é que para jogar dinheiro fora fecham Interlagos condenando a todos que vivem das corridas a uma miséria maior que se iniciou em 2005, quando a nefasta SPTuris assumiu a administração de Interlagos.
Que gastem 10% desse dinheiro em Boxes para as categorias do esporte a motor brasileiro construindo Boxes mais simples em outro local.
Com o resto, apliquem em saúde e educação para o povo, sem esquecer da merenda escolar, que tem que ser à vontade e sem marcação de crianças imitando os nazistas em campos de concentração.
1.Descumprimento de Combinado
Conforme dito anteriormente, o atual administrador de Interlagos oriundo da administração passada, a primeira coisa que fez foi cancelar a corrida marcada pela Fasp em Janeiro de 2017. Cancelou alegando puerilmente e unilateralmente que a Fasp não pagou 10% das datas do ano. Certamente, trata-se de um semovente delirante, isso jamais fez parte de qualquer combinação ou tradição.
O signatário solicitou audiência com o presidente David Barioni e o administrador Guilherme para discutir o assunto, tendo comparecido pela Fasp, os Vice Presidentes, Claudio Wilson Vieira, Elcio de São Tiago, Almir Vidal e Thiago Pereira.
Na reunião, o presidente anulou o cancelamento e ao receber a reclamação do preço de R$ 51 mil contra os R$ 13 mil anteriores, nos explicou que apesar do antigo presidente Alcino ter prometido em sessão não Câmara abaixar esse valor, o mesmo não cumpriu a palavra e ainda colocou esse valor de R$ 51 mil como formador das receitas do autódromo engessando o orçamento (sic).
O presidente Barioni pediu compreensão e prometeu ajudar permitindo a realização de feiras, exposições e outros eventos que ajudassem o esporte a motor a pagar os escorchantes R$ 51 mil. Lembramos que nem nos piores momentos de inflação galopante tivemos no país aumentos de QUATRO vezes o valor anterior. Ficou claro que para isso Interlagos seria alugado na modalidade de "PORTEIRA FECHADA", ou seja, os Clubes organizadores fariam os eventos que quisessem pagando o preço fixo de R$ 51 mil. Pela lógica só esse sistema atenderia a sugestão do presidente, já que os eventos não deveriam ter custo e sim servir para pagar os R$ 51 mil. Isso acertado, nada mais foi tratado ficando o aluguel fixado em R$ 51 mil "porteira fechada" e os Clubes com direito de organizar eventos que ajudassem a pagar os R$ 51 que jamais passaram de um assalto perpetrado pela administração do PT que estava saindo.
Qual não foi a surpresa da Fasp e Liga receberem do administrador Guilherme Birello um boleto de R$ 71 mil onde R$ 51 se referem ao aluguel do autódromo e R$ 20 mil referente ao uso da Pista de Arrancada que não passa do antigo retão que está abandonado e que teve sua pavimentação feita pelo Adhemar de Barros e recapeado pela Erundina. Nunca foi mais usado, pois se mutilou o autódromo retirando esse tracho.
Mas afinal, a combinação "porteira fechada" vale ou não vale? A SPTuris parece um supermercado onde o diretor vende o salame inteiro e o gerente vende em fatias. Ao que nos parece seria bom o presidente e o administrador se entenderem o que e como vão vender as coisas. Ou o administrador faz o que quer e o presidente deixa? Afinal, o que garante esse insubordinado? Não precisa ser muito esperto que é o hungarês promotor da Formula 1, que no fundo é quem manda no circo.
Novamente em Junho tivemos outra reunião com o presidente David Barioni onde o mesmo foi avisado dos problemas de esgoto descritos abaixo e dos desmandos do administrador Guilherme Birello que estava presente. Assim como estavam presentes o Engenheiro. Ivo Sznelwar e o Sr. Sandro Kushinir representando o vereador Daniel Annemberg e o Deputado Floriano Pesaro. De novo, ficou claríssimo que o aluguel era R$ 51 mil "porteira fechada".
Pasme-se, na corrida seguinte, o aluguel continuou majorado em R$ 20 mil pelo uso da pista de arrancada e os pilotos foram impedidos de usar os boxes na sexta feira. Tiveram que alugar barracas a um custo enorme e montá-las ao lado do rio de esgoto que corre pelo autõdromo.
A SPTuris recebeu aluguel por tudo e não entregou os boxes, mas não deu desconto algum no preço e ainda cobrou os R$ 20 mil pela tal Pista de Arrancada. E não tem conversa, ou quer ou vá embora é a atitude do administrador. A situação está descrita em mais detalhes abaixo.
E na corrida da Liga a mesma coisa, tiveram que pagar R$ 71 mil, não tiveram acesso aos boxes, que estão perfeitos e usáveis, e ainda nada receberam de desconto.
E assim vem sendo, na corrida do final de semana da Fasp de 18/19/20 de Agosto de novo não se teve acesso algum aos boxes, gastou-se uma fortuna em barracas ao lado de esgoto e nada foi dado de desconto.
Afinal, quem manda? Do que vale a palavra do presidente da empresa se o administrador não muda o contrato e faz e cobra o que quer? Não mandam embora por que? De medo do hungarês da Formula 1? Que amancebamento é esse?
Se V.Sa achar necessário estou à disposição para que se convoque todos os envolvidos a saber, David Barioni Neto, Guilherme Birello, Roberto da Silva Zullino, Claudio Wilson Vieira (Fasp), Elcio de São Thiago (Fasp), Almyr Vidal (Fasp), Ivo Sznelwar e Sandro Kushinir para que sejam feita oitivas e acareações. Não dou advogado, mas sei que mentir e enganar em função pública é crime grave e isso tem que ser apurado.
 2-Esgoto:
Algo tem que ser feito. Alguma coisa ou obra foi feita na administração anterior do Haddad que alterou o sistema de esgoto.
Há comentários que na F1 foram vistos caminhões de esgoto jogando os dejetos no lago maior de madrugada, crime ambiental grave. Evidentemente, se isso ocorreu, foi por total inação das estruturas da prefeitura e SPTuris. O que ficam fazendo no autódromo que não vêm esse tipo de coisas que é cometário geral. Sequer uma reles investigação sumária foi feita.
Esse golpe é antigo, os caminhões Limpa Fossa cobram por volume e km rodado. Se descarregarem no Lago economizam o km rodado. "Cui Bono", a quem isso interessa? Baastaria a direção da SPTuris chamar os comissários de pista que tudo sabem, pois ficam espalhados pela pista nos postos de controle.
Isso foi avisado pelo signatário em reunião em Junho para o Presidente da SPTuris, David Barioni Neto, mais duas testemunhas, o Sr. Sandro Kushinir e o engenehiro Ivo Sznelwar, mas segundo o administrador Guilherme Birello, isso nunca chegou ao seu conhecimento, o que é no mínimo estranho, porque os boatos e a radio peão comentam o assunto abertamente.
A conferir se o mesmo vai investigar como se deve, para apresentar explicações negando ou confirmando. Face ao tempo passado, pelo jeito, o crime vai ficar por isso mesmo, pois ao que nos parece, o investigado é o que investiga.
Caberia ao presidente, em face da gravidade, ter nomeado uma Comissão de Investigação para apurar os fatos, mas apenas pediu para que o administrador investigasse. Isso não é governança, quem faz não controla e muito menos fiscaliza. Inclusive porque se trata de crime ambiental grave inafiançável. Pelo que sabemos nada foi feito.
Ou o sistema normal que existia foi destruído/danificado pela obra ou houve aumento de demanda, o que não deve ser o caso.
O cheiro que se sente no estacionamento de autoridades deve ser porque se deixou de jogar esgoto no Lago maior e o sistema está muito cheio ou mesmo vazando. Mas em uma chuva forte transborda e vai para o Lago maior.
Manda a prudência, que a nova administração chame a Cetesb para uma auditoria em regra no sistema e também contrate uma empresa de engenharia de saneamento para também auditar e propor soluções que hoje em dia nem são tão difíceis. No Japão não é usual se ter os sistemas coletores que temos aqui e vivem muito bem usando fossas sépticas. Tubulações em região de terremotos como no Japão correm riscos de ruptura e as que existem são obras pesadas e não meros tubos.
Passados seis meses nada foi feito, o presidente da SPTuris sequer tinha conhecimento do fato quando foi avisado pelo signatário na reunião de Junho. O que o administrador está fazendo que não avisa o presidente de uma coisa séria dessas? Em criança chamava-se "cama de gato".
É um erro achar que Interlagos é um buraco de onde o esgoto não teria saída. Existe uma tubulação nas imediações da antiga Curva 3 que serve de “ladrão” do Lago maior desaguando no Canal de Jurubatuba.
Se não houvesse saída, Interlagos seria uma Lagoa de 30 metros de profundidade no mínimo.
Vide foto abaixo da situação, há inclusive marcação em azul mostrando ligação do Lago Maior com o Canal de Jurubatuba.
 
Conforme o exposto, o Lago Maior fica muito próximo do Canal de Jurubatuba, ainda não existe possibilidade da PMSP negar características geográficas por mais que queira, o Google Earth não deixa e a PMSP joga sim esgoto no Canal de Jurubatuba via Lago Maior, isso é fato.
E tem ligação sim há pelo menos 80 anos, só não sabe quem não quer ou quem não quer saber.
Independente do Canal de Jurubatuba ser poluído, o mesmo alimenta a represa Billings que deixou de ser reservatório de uso para geração de energia pela Usina Henry Borden em Cubatão e passou a ser fonte de água para a cidade, evidentemente com alto custo de tratamento, pois na realidade é água do Rio Pinheiros, mas pelo menos soluciona emergências como a havida há poucos anos.
Fora isso, em caso de risco de alagamento da Cidade de São Paulo, há um Plano Emergencial de rebaixamento dos Rios Tietê e Pinheiros. Abrem-se as comportas da Usina de Edgar de Souza em Santana do Parnaíba, tentando rebaixar o Rio Tietê e ao mesmo tempo, colocam-se as Usinas Elevatórias da Traição e de Jurubatuba funcionando em regime máximo para enviar a água para a Billings. Se os rios e canais desse sistema são poluídos, a culpa deve ser atribuída à Sabesp que é um "caso perdido", pois tem um dos maiores passivos ambientais do mundo. A PMSP entrar de "sócia" nesse passivo não é das melhores ideias.
Ter Interlagos como contribuinte de poluição do canal com esgotos "in natura" não nos parece a melhor política para a administração da cidade.
3-Continuismo Administrativo, Feudo
Interlagos é sabidamente um Feudo dividido entre vários interesses e facções, mas evidentemente, os que fazem acontecer, que são os pilotos e mecânicos, não estão incluídos, a menos de pagar as contas, tem que prestar vassalagem aos políticos e burocratas que alijaram até os dirigentes do esporte, que de certa forma tinham seus privilégios no butim e hoje estão no limbo.
Cruzam-se veradores, prefeitos, secretários, promotores da Formula 1 com suas exigências descabidas, TV e burocratas da SPTuris, aventureiros, promotores de shows e eventos religiosos, todos de certa forma pendurados nas tetas do autódromo ou no que o autódromo pode render para seus negócios.
Ao esporte a motor como vassalo dos senhores feudais cabe pagar a conta, toda a conta.
O automobilismo, assim como o motociclismo, apoiaram o atual prefeito maciçamente porque vinham sofrendo desde o governo Serra que passou a gestão de Interlagos para a SPTuris. O Campeonato Paulista de Velocidade organizado pela FASP - Federação de Automobilismo de São Paulo iniciou sua derrocada causada pela política irresponsável da SPTuris.
Basta se olhar os resultados, em 2005 haviam mais de 230 carros por final de semana participando dos campeonatos, mas hoje, depois de tanto desmando da SPTuris, o número de carros diminuiu para 110 ou 130 nos seus melhores finais de semana.
O que se esparava era uma mudança com a gestão Doria e aconteceu o contrário, nada mudou, na realidade piorou.
Causa surpresa que não tenha sido mudada a equipe de gestão de Interlagos se colocando profissionais que entendam de esporte a motor e tenham trânsito junto à comunidade, desta forma encerrando a nefasta influência da SPTuris sobre o esporte.
A maior prova de feudalismo e continuidade é que o governo Haddad manteve a mesma estrutura do Governo Kassab, mesmo o Haddad sendo do PT, que tem como linha de atuação o aparelhamento das estruturas de governo com membros do partido. Nada contra, é do jogo político se montar equipe de governo. Por quê o Haddad não mudou? Porque não se mexe em vespeiro e em feudos.
O presente administrador não é engenheiro e foi colocado pelo Governo Haddad pouco antes do final e nada entende do esporte a motor e de engenharia, mas foi mantido no atual governo. Um absurdo, para que se faz uma eleição para prefeito e ficar tudo igual ou pior como é o caso agora? Se o povo não quisesse mudanças teria votado no Haddad ou que não se fizesse eleição gastando uma fortuna, um sorteio como na Atenas antiga é um critério de escolha como qualquer outro.
Isso tem causado problemas para as lideranças do esporte a motor que não sabem mais o que dar de desculpa para a comunidade que está cobrando e sofrendo com os desmandos e incompetência há anos desde que o autódromo passou para a nefasta SPTuris.
Registre-se que o prefeito Serra passou a administração de Interlagos para a SPTuris por receio do Tribunal de Contas do Município que poderia questionar as eternas reformas anuais e as arquibancadas provisórias que custam uma fortuna. Como a SPTuris é uma empresa de direito privado auditada contabilmente por auditoria independente, a mesma não está no radar do TCM. Em resumo, se deu a administração de um dos mais importantes autódromos do mundo para uma empresa que sequer sabe cuidar de Notas do Carnaval (vide o acontecido há poucos anos quando as mesmas foram roubadas na frente das TVs. Tudo para não passar no TCM.
No início, se explicou que havia uma Liminar proibindo a demissão de ocupantes de Cargos em Comissão, o que não era verdade.
A SPTuris perdeu a ação em que contestava a proibição de contratação de pessoas de em "cargos de confiança".
A foto mostra a decisão do juiz publicada em 14/06/2017 onde proíbe a contratação de funcionários em cargos de confiança por seis meses.
Ou seja, no ententimento míope da SPTuris, o administrador de Interlagos tem que ser mantido até dezembro, perdendo-se um ano de trabalho de mudança.
A SPTuris sequer entendeu que o juiz não proíbe a demissão de ninguém e tampouco o afastamento da função. Bastaria afastar ou demitir o atual administrador de Interlagos, extinguir o cargo em comissão e passar a função para um funcionário administrativo contratado normalmente fora do regime de "cargo de confiança". Assim era na Secretaria de Esportes e funcionou muito bem durante décadas.
Abaixo um print screen da ação e da decisão do Juiz. O meretíssimo foi cristalino em sua decisão. Proíbe a Contratação em Cargos em Comissão, mas não proíbe a demissão de ninguém.

4-Ligação Elétrica
É uma vergonha o governo Haddad gastar mais de R$ 200 milhões e não gastar R$ 2 milhões para fazer a ligação elétrica do tal Prédio Novo e Torre de Controle. O Prédio Novo foi feito custando uma fortuna apenas para aumentar o paddock em 2 metros.
Além disso, o governo Haddad deixou a obra incompleta, sem esgotos, sem energia, sem alvarás, não deve ter sequer planta aprovada, pois a Adm Regional da própria prefeitura não deu o Alvará de Funcionamento.
Em resumo, Interlagos é uma FAVELA na qual é montado um cenário falso para o GP de F1. E se torrou R$ 200 milhões em algo que nem R$ 100 milhões deve valer.
Isso foi coisa da administração anterior, mas a nova administração completou 6 meses e nada fez. Estamos falando de 1% do valor da obra para ligação elétrica e nada foi feito.
Tem uma turma de pilotos cearenses, cariocas, matogrossneses, mineiros, paranaenses, amazonenses que correm regularmante em Interlagos e que sequer podem tomar banho em um autódromo da F1. Como explicar a pilotos estrangeiros, que aqui vem mensalmente, que não podem tomar banho em um autódromo da Formula 1? Para americanos, canadenses e sul africanos explicar isso fica difícil.
A administração aluga o autódromo como está, obrigando os Clubes a alugar geradores a custo alto repassando esses custos para os pilotos e equipes.
Mesmo com geradores, não se consegue fornecer energia para o Prédio Novo inteiro que fica parte sem luz, sem energia e isso impede que metade do Prédio Novo tenha iluminação e água para banheiros. Os que ficam a partir dos boxes 16 ao 23 tem que andar até a região dos boxes 0 a 15 para usar banheiros.
A estrutura da Pirelli abrigada no final do novo prédio tem que fazer uma "gambiarra" com um cabo ligado no Box 23 para ter energia.
Um absurdo, todos os carros de corrida abastecidos no Posto que fica no estacionamento inferiror e pessoas que entram no portão dos Boxes, passam em cima desse cabo energizado, que por sinal não é o único, há mais cabos energizados alimentando salas, banheiros e lanchonetes que saem dos boxes em direção ao Prédio Novo. Tudo porque não se fez obra decente e completa, mas os R$ 200 milhões o gato comeu.
As equipes que alugam salas no Prédio Novo para Hospitality Centers, para seus patrocinadores e fãs, não podem ligar o ar condicionado porque o gerador não aguenta. Ao invés de se ter um ambiente prazeroso, apenas se tem um gasto inútil com uma sauna inadequada.
Pergunta-se: um equipamento de ar condicionado tem um custo considerável em relação ao valor total da obra, chega a 10% no caso de um prédio a 40% no caso de uma fábrica, no caso de Interlagos deve se situar em pelo menos 20%, não há economia de escala nesse tipo de equipamento, pois volume de ar maior significa custo maior pela maior capacidade requerida em BTUs. Por que a prefeitura gastou uma fortuna em instalações de ar condicionado se as mesmas não podem ser utilizadas porque não se tem energia?
Só são utilizadas na Formula 1 porque a prefeitura aluga geradores potentes e em grande número para que esses aparelhos possam ser ligados.
O que não deixa de ser dinheiro jogado fora, visto que essas instalações precisam sofrer extensa revisão depois de paradas. Instalações de ar condicionado devem ser ligadas a cada 15 dias do contrário se degradam.
Manter o Prédio Novo e a Torre sem energia por um ano não é coisa que se faça, pois além de prejudicar aos usuários do esporte a motor, degrada o patrimônio público.
5-Torre de Controle
Trata-se de uma anedota o que foi feito. A Torre tem área enorme e de certa forma enterrada, o que não deixa de ser bizarro.
O Diretor de Prova tem que ficar correndo de um lado para o outro como um maluco para ver o que está acontecendo nos pontos da pista e poder tomar as decisões para salvaguardar a vida dos pilotos. São pelo menos 30 metros a cada corrida.
A Torre foi feita apenas se pensando na F1 onde todo o controle é eletrônico, mas esse não é o caso do automobilismo paulista e tampouco do brasileiro.
A administração do autódromo aluga um equipamento e não tem a menor ideia para que esse equipamento é usado, pois desconhece o básico do esporte a motor.
Torna-se necessário que se faça uma estrutura, um mero abrigo, bem menor em cima da laje do pavimento atual, para que o Diretor de Prova possa acompanhar visualmente a corrida e tomar suas decisões.
O esporte a motor é atividade de risco inerente em si, não se deve aumentar esses riscos com equipamentos inadequados. A administração pensa "dentro da caixa" e não consegue perceber que existe automobilismo fora da F1. Existe vida fora da Formula 1 em todos os autódromos do mundo que recebem a F1 apenas uma vez por ano e não se pautam apenas por esse evento.
A Torre tem 2 elevadores, duas INUTILIDADES DOMÉSTICAS, pois não funcionam porque o gerador, sempre o gerador, não aguenta.
A Torre é um forno, mas tem um ar condicionado potentíssimo, mas que fica desligado porque o gerador também não aguenta. Mais um equipamento de ar condicionado se degradando por falta da ligação elétrica.
Um veterano jornalista, que é muito respeitado no meio, não tem uma perna. Nas 8 Horas de Marcas ele veio cobrir. Alguém teve que levar a cadeira de rodas e ele escalou 3 andares que são seis lances de escadas de metal arrastando-se. Onde já se viu a prefeitura tratar desta forma um deficiente? Que não se alegue que a culpa é dos Clubes organizadores, eles fazem o que podem. Fora que a PMSP e SPTuris tem obrigação de disponibilizar seus imóveis adaptados para acesso de defcicientes. É a Lei.
A prefeitura fez os prédios, deveria tê-los terminado condignamente e de acordo com as melhores práticas e aí sim alugá-los a preço justo, afinal torrou mais de R$ 200 milhões em uma obra inútil.
Repassar decisões erradas, erros de projeto, erros de obra e não término de obras, para o esporte a motor não é a melhor maneira de tratar o esporte ou mesmo o patrimônio público e a população.
O fato é que tudo é repassado para os pilotos, assim fica fácil se administrar Interlagos. Como deve ser bom administrar com o "dinheiro dos outros".
O que separa homens de moleques são duas perguntas? Quanto custa? Quem paga? A SPTuris não quer saber quanto custa e nada paga, só cobra e não entrega como explicado abaixo no item 9.
6-Segurança
Portas com enormes vãos onde uma pessoa pode cair de uma altura de dois andares, isso no predio da Torre de Controle que tem um fluxo grande de gente, inclusive menores.
Terraços sem balaustre, obrigando que os Clubes organizadores a aumentar a segurança gastando mais para não permitir ingresso de incautos. Em resumo, é uma MALOCA de R$ 200 milhões mal feita e mal acabada.
Os Toldos todos rasgados e podres impedindo o uso do terraço, pois apesar de serem feitos de tecido, os mesmos são pesados e há estruturas metálicas de apoio que estão soltas e podem ferir o público. Fora o aspecto de desleixo, um horror se ver coisas rasgadas e caindo.
Somente em Julho, os toldos rasgados foram retirados, para variar para se preparar para a F1, que parece ser a única coisa que a Prefeitura e SPTuris dão importância. Miopia administrativa e gerencial é o caminho do desastre, além de gestão temerária, um equipamento público não pode viver apenas de um evento por ano. A era dos Sambódromos usados uma vez por ano já passou. Cabe ao gestor público não disperdiçar dinheiro alheio com esse tipo de momice irresponsável e estimular o uso buscando receita. Não é o que acontece desde 1991 onde se implantou a ditadura da Formula 1 que deve mexer seus pauzinhos para impossibilitar outras categorias internacionais de usarem o autódromo. A PMSP se metendo em disputas de categorias internacionais é absurdo. Na maioria dos autódromos onde a Formula 1 corre também correm outras categorias internacionais, mas aqui isso se tornou impossível a ponto da PMSP ter que fazer provas de Formula Indy usando o Sambódromo e a Marginal do Tietê mesmo tendo Interlagos. É a arte de se jogar dinheiro fora.
Na Formula 1, a prefeitura faz um monte de passarelas e estruturas provisórias todos os anos e resolve o problema momentâneamente e depois todas essas estruturas são retiradas, deixando as edificações inacabadas ao deus dará, quem for usar que se vire.
Basta ver o acima descrito no caso dos Toldos e buracos, que se transformam em precipícios e fatores de risco. Neste ano, peças metálicas da estrutura dos Toldos caiu na área dos boxes e do paddock (área atrás dos boxes por onde entram os equipamentos e carros).
O pior é que todos os anos torram fortunas em coisas provisórias. Seria bem menos oneroso fazer as coisas direito de uma vez só. Gastar R$ 200 milhões e não se resolver nada mostra a indigência da gestão pública, que vem desde o governo Erundina em 1991 e foi perpetrada por todos os prefeitos seguintes.
Não nos parece que essa é a melhor forma de zelar pelo patrimônio público e muito menos pelos cofres públicos, pois todos os anos a prefeitura gasta em coisas provisórias e nunca se termina a obra.
Parece que existe uma indústria de "obras provisórias" no estilo das Catedrais Medievais que não terminavam nunca para que se pudesse arrancar dinheiro do povo.
As arquibancadas são outro exemplo, são montadas desde 1991 a um custo altíssimo de montagem e desmontagem e ainda exigem que não se use o autódromo quando são feitas.
Uma rematada arbitrariedade e incompetência, as arquibancadas são o que o próprio nome indica vindo do Latim, são lugares afastados da pista com proteção dos assistentes, não se precisa fechar nada para serem erguidas, ainda mais porque há vias de contorno para acesso, mas a prefeitura fecha mais de quatro meses. Agora que fechar pelo ano de 2018.
A engenharia teve alguns progressos nesse sentido desde o Coliseu de Roma, mas a PMSP ainda não deve ter tomado ciência disso.
Cui bono? A quem interessa isso que vem vindo desde 1991?
7-Preço
A administração do Haddad passou de R$ 13 mil para R$ 51 mil por final de semana (três dias), fez isso no apagar das luzes e ainda colocou no orçamento, apesar do presidente anterior ter prometido publicamente em reunião na Câmara dos Vereadores em Dezembro de 2016 rever os preços. Não reviu nada e mentiu para os vereadores e para a comunidade do esporte a motor e nada acontece.
A nova administração solicitou um voto de confiança, visto que esse valor foi colocado no Orçamento e prometeu ajuda na realização de eventos que absorvessem esse custo.
Até o momento, nada foi feito no sentido da SPTuris ajudar na realização de eventos complementares que ajudem absorver os custos. Afinal, estímulo a eventos parece ser o objetivo da empresa. Se faz parada gay, carnaval, corrida de garçons com colher carregando ovo, bolo na 13 de maio e mais uma série de eventos, porque não faz nada em Interlagos e larga a bomba para a comunidade do esporte a motor? Afinal, para que a SPTuris existe para o esporte a motor se apenas o prejudica?
Todo esse aumento de custos, acaba sendo repassado para quem faz o esporte a motor, os pilotos. Não nos parece que é a melhor maneira dos pilotos, paulistanos, paulistas, brasileiros e estrangeiros serem tratados pela administração paulistana.
O pior é que nem esse preço maluco tem sido cumprido, a SPTuris não cumpre o combinado e cobra R$ 71 mil ao invés de R$ 51 mil conforme explicado no item 10.
8-Alvarás
Isso é uma novela mexicana de mau gosto, Interlagos não tem alvará da obra e de funcionamento. Até pelas condições apontadas anteriormente. Isso causa um enorme transtorno e custo para se aprovar corrida a corrida, afinal, a Adminstração Regional não é maluca o suficiente para dar alvarás para "puxadinhos" e favelas em geral.
Os organizadores tem essa despesa que é de culpa exclusiva da prefeitura e tem que pagar o alvará para as provas para a própria prefeitura e não recebem nem satisfação e tampouco ressarcimento.
Inventaram uma nova modalidade de assalto, a prefeitura não faz nada com uma mão e arranca dinheiro das vítimas com a outra cobrando taxas de Alvarás que ela PMSP deveria ter providenciado.
Mais uma despesa repassada para quem faz o esporte a motor, os pilotos.
9.Auditoria da Obra.
As obras feitas pela administração Haddad são objeto de Inquérito Civil de número 5924/2015 na Décima Promotoria Pública.
Entre as irregularidades, destaca-se a entrega da responsabilidade pelo Projeto Executivo para a empreiteira da obra, Equipav, ato contrário à Lei e à ética do exercício da engenharia.
Para culminar,  o Diretor da SPObras Maurício Prado da SPObras, em reunião na própria SPObras ainda em 2016, informou pública e candidamente que o Projeto Excutivo tinha sido entregue para a empreiteira Equipav estuprando a ética da engenharia e a Lei que proíbe que se faça isso. Onde estavam os procuradores da PMSP que nada viram?
Também há suspeitas de não ter sido apresentado o Estudo de Solos adequado a obras desse porte. Há inúmeros engenheiros civis entre os pilotos e muitos comentam sobre o superfaturamento da obra, pois o que foi feito não poderia custar R$ 200 milhões.
Pergunta-se: O que a atual administração fez para apurar essas suspeitas? Houve tratativas com a Promotoria Pública para apurar os fatos contidos no IC 5924/2015?
O que está sendo feito para que se apure responsabilidades sobre eventuais irregularidades nas obras?
Houve pedido ao Tribunal de Contas do Município para auditar a obra? Nada. Uma obra que evidentemente foi uma roubalheira e fica tudo por isso mesmo.
Fora a qualidade do projeto que jogou no lixo R$ 200 milhões para aumentar o paddock em 2 metros com prédios mal feitos, mal acabados e que não tem água e luz.
Seis meses de governo e nada muda, nada se investiga e nada se faz. Muito ao contrário, a atual administração está seguindo o projeto maluco e instalando um "telhado de mercadinho" em cima dos boxes obstruindo a visão do público. Uma das atrações de Interlagos foi sempre a excelente visão que era dada ao público. Nestes anos, a única coisa que fizeram foi acabar com isso fazendo esqueletos de concreto para a Formula 1 que está pouco se lixando para público, pois ganha dinheiro com TV.
Afinal, para quê estão instalando um "telhado de mercadinho" torrando dinheiro se pretendem demolir os boxes em 2018? Cui bono? Mais uma Catedral Medieval para morder grana?
Espera-se que o administrador público seja pró-ativo no zêlo pelo patrimônio e pelos recursos públicos e que não fique esperando providências de promotores que não tem obrigação de governar, quem tem obrigação de governar direito são os eleitos em sufrágio. Fica fácil governar obedecendo o que o Ministério Público e culpar o mesmo se não se faz as coisas.
Agora virou moda prefeitos usarem o MP como Pedra Filosofal e Elixir da Longa Vida e tirar o corpo fora. Nada demais, a omissão sempre esteve no DNA do poder executivo da nação, o não fazer nada é a alternativa mais atraente. O executivo não tem medo de errar, tem medo de não achar um culpado pelos erros que comete, o de omissão é o mais comum. Elege-se gente vocacionalmente omissa, mas que sempre inventa jeitinhos de enfiar a mão no bolso dos outros.
Gastou-se R$ 200 milhões do dinheiro do contribuinte brasileiro, já que R$ 150 milhões vieram do Governo Federal e não há nenhuma satisfação de como isso foi gasto, muito ao contrário, o que nunca existiu nessas obras foi transparência.
O valor de R$ 200 milhões é mera estimativa, há quem fale que a bacanal com dinheiro público para inutilidades foi de mais de R$ 360 milhões. Se pelo menos tivessem feito direito e com qualidade pelo menos se amargaria apenas o prejuízo monetário.
Na obra de 2016, a Administração Haddad torrou R$ 200 milhões para fazer uma favela, mas os outros prefeitos não são inocentes. Todos os anos desde 1991 se fazem obras em Interlagos se gastando de R$ 20 a R$ 40 milhões dependendo se a pista for recapeada, o que tem que ser feito a cada 3 anos.
Uma boa parte é gasta em arquibancadas provisórias montadas todos os anos. No resto, uma demão de cal, algumas torneiras e bacias, estruturas de passarelas e cenários para esconder a favela. Uma parte disso, a demão de cal, as torneiras e bacias, é o que sobra quando a Formula 1 vai embora.
Será que é difícil perceber que existe uma indústria de arquibancadas e obras provisórias que estão enchendo os bolsos de políticos por décadas? O que se gastou em Interlagos desde 1991 daria para fazer mais de 3 autódromos de primeiro nível, mas apesar do dinheiro gasto, o que se tem é uma favela. Spielberg na Áustria requereu pouco mais que US$ 50 milhões, menos que Interlagos apenas para ser "reformado", e é um excelente autódromo que pode receber Moto GP, coisa que Interlagos não pode por ter havido interferência da Formula 1 nas "lavadeiras" da pista, que não são adequadas para motocicletas. Aliás, é notória a interferência da Formula 1 em Interlagos desde 1991 quando destruíram o Circuito Antigo, mudaram a saída dos boxes para que o Anel Externo não fosse usado pela Formula Indy ou Nascar, ou seja, a Formula 1 é quem manda no "galinheiro" há décadas.
10.Ocorrências durante corridas
São comuns os atos de desídia e má vontade por parte da atual administração de Interlagos, ainda originária do governo Haddad. Em janeiro, tentaram cancelar uma corrida previamente acertada e contratada. O fato foi anulado pela ação da comunidade do esporte a motor que foi na SPTuris falar com o presidente e fez a administração de Interlagos voltar a trás.
O pior é que essa tentativa de cancelamento foi motivada por motivo pueril e unilateral por parte do administrador, que cismou que a Fasp (Federação de Automobilismo de São Paulo) tinha que pagar 10% do aluguel de todas as datas de 2017, sendo que a SPTuris sequer confirma todas as datas porque é pautada pela inefável Formula 1, que por sinal já está há tempo demais para o que estiver fazendo. Pagar depósito de 10 datas e depois ficar esperando reembolso porque a data foi cancelada?
Acham que lidam com retardados? Isso é abuso de poder, arbitrariedade e coisa de rufião de lupanar.
Ao que parece, o administrador que exerce "cargo de confiança" não é tão confiável assim, porque vive arrumando casos para o atual governo na certa tentando colocar a comunidade do esporte a motor contra o prefeito Doria.
Na última corrida nas datas de 28/29/30 de Julho, os pilotos foram surpreendidos com o impedimento de acesso aos boxes na sexta feira dia 28.
Para abrigar carros, equipamentos, ferramentas, peças e espaço para os trabalhadores, os pilotos foram obrigados a alugar barracas pagando pelo final de semana.
Banheiros nem pensar, inexistem no local e os que existem ficam muito longe e ainda são precários e em número insuficiente. Fora o enorme prejuízo, pois se alugar barracas em regime de urgência custa muito mais caro.
Além disso, a área que a SPTuris reservou para a montagem das barracas fica em região onde corre esgoto a céu aberto causado pelo não esvaziamento das fossas sépticas que é de responsabilidade da SPTuris. Não esvaziar fossas sépticas é o apogeu da irresponsabilidade.
O interessante é que a SPTuris cobrou R$ 51 mil mais R$ 20 mil pelo uso da pista de arrancada, um assalto, a pista de arrancada está lá jogada às traças e não tem nada, apenas o asfalto que deve ter sido feito pelo Maluf já que é do Circuito Antigo. E cobrou mais R$ 51 mil pelo aluguel do autódromo, preço que que incluí os boxes e não os entregou na sexta feira.
Essa cobrança de R$ 20 mil pela chamada Pista de Arrancada (exagero chamar um pedaço de asfalto velho de pista de arrancada) é indevida. Foram feitas duas reuniões com o presidente da SPTuris, uma em janeiro e outra em julho onde ficou combinado que o autódromo seria alugado na modalidade "porteira fechada", ou seja, os organizadores poderiam fazer quaisquer atividades, desde feiras e exposições até competições desportivas de esporte a motor ou de qualquer esporte. Isso em troca da boa vontade da comunidade do esporte a motor em aceitar o aumento de preço de R$ 13 mil para R$ 51 mil. De nada adiantou o atual administrador estar presente nas duas reuniões se o mesmo arbitráriamente cobrou os R$ 20 mil mandando um boleto de R$ 71 na base ou paga ou tiro a data. O que é isso? Além de não dar desconto de 1/3 pela não entregas dos boxes na sexta ainda não pagou o aluguel das barracas que seria sua obrigação se honestidade para com seus clientes fosse o objetivo da empresa.
A SPObras, esta encarregada das obras de demolição para adequação para a F1, sempre a F1 note-se e não o povo ou o esporte a motor, não manteve engenheiros fiscais para fiscalizar a empreiteira que começou a demolir a parte de cima dos boxes usando serras elétricas para cortar o aço do concreto. Não usou telas de proteção como requer a norma e o resultado foi uma chuva de fagulhas e pedaços de concreto em cima dos carros caríssimos que estavam na frente dos boxes 3/4/5 sendo abastecidos com gasolina de avião via torres de 100/200 litros, mas dentro dos boxes costuma haver 1000 a 2000 litros dessa gasolina. Um ato de periclitação da vida dos outros causado por negligência e descaso, além de desrespeito para com os clientes.
Uma explosão de um tanque dentro dos boxes mataria umas 20 pessoas se houvesse sorte. Só não ocorreu um desastre porque pilotos e preparadores sabem com o que estão lidando e minimizam riscos, são profissionais.
O risco poderia ser evitado por telas de proteção de acordo com Normas e melhores práticas e orientação para os trabalhadores.
As duas fotos a seguir mostram as condições precárias a que os pilotos e mecânicos foram submetidos na sexta feira 28 de Julho mesmo tendo pago o aluguel dos boxes.
Os fatos acima ocorreram na etapa organizada pela Federação de Automobilismo de São Paulo - FASP, mas nas corridas organizadas pela Liga Desportiva de Automobilismo nos dias 11/12/13 de Agosto a coisa não foi diferente.
A SPTuris enviou o boleto de R$ 71 mil, não deu acesso aos boxes, pelos quais recebeu o aluguel, em nenhum dia e não deu desconto algum.
A Liga ainda está começando e teve que optar por provas mais curtas e variadas, minimizando a necessidade de barracas com todos se apertando no chamado Lajão. O pior é que qualquer um que passasse pelos boxes veria que os mesmos estão prontos e em plenas condições.
É preciso se entender que um carro de corrida não é apenas o piloto, requer cinco pessoas para ser colocado na pista, requer energia para as ferramentas e iluminação e ar comprimido para pneus e ferramentas, coisas que existem nos boxes de Interlagos. A não se disponibilizar os boxes por mero "capricho" e para dizer quem manda, pois os mesmos não foram objeto de obras, causa enormes prejuízos pelo aluguel de geradores, construção de "gambiarras de energia para iluminação e ferramentas, aluguel de barracas, compressores e condições de trabalho inadequadas para que se trabalhe em máquinas de tecnologia de ponta. Tudo na base da ditadura da SPTuris, ou paga e aceita ou cancelam a etapa. Esse negócio de rufião de cais da Boca de Buenos Aires tem que acabar por bem ou por mal.
11.Formula 1
A Formula 1 é um bando de marcianos que aportam aqui uma vez por ano e não tem a menor ligação ou integração com o automobilimo brasileiro e paulista. Acescente-se a torração de dinheiro público de forma irresponsável com obras malucas e mal feitas e com as "obras provisórias" geradoras de caixa para políticos.
Além disso, PMSP paga para a promotora da Formula 1 uma quantia em dólares entre 30 milhões a 60 milhões. Isso é o que é cobrado de Silverstone e de Nurburgring, mas Silverstone já usou a cláusula de rescisão contratual e não mais vai abrigar o GP da Inglaterra em 2019. Por que o valor pago foi estimado em uma faixa entre 30 e 60 milhões de dólares? Simples, porque ninguém sabe qual é o valor certo porque o contrato é uma caixa preta e secreto, a PMSP nunca deu conhecimento público ao ato, a estimativa foi obtida de outros autódromos do mundo administrados por gente honesta ou quase.
Mas como assim? A PMSP faz um contrato secreto onde deve pagar uma fortuna e ninguém pode ver? Ninguém fala nada? Não há transparência? Onde estamos? Em Uganda?
Muito ao contrário do nome pomposo de GP do Brasil, o verdadeiro nome é o GP da Miséria, pois a PMSP fecha o autódromo por quatro meses, condenando à fome os trabalhadores que vivem das corridas.
Corridas não são apenas pilotos, estes são os que pagam as conta. Atrás de um carro de corrida tem pelo menos cinco pessoas que são trabalhadores como já dito acima, na sua maioria humildes, que ganham honestamente seu pão e o sustendo de suas famílias. Fora os empregos indiretos de torneiros, preparadores, fornecedores de peças e acessórios, roupas.
Estamos falando em milhares de pessoas e suas famílias, pelo menos 50 mil vivem das corridas em Interlagos e não de poucos "gatos pingados". Do lado da indústria, apenas a roupa de um piloto com o capacete e Hans Device custa R$ 10.000,00 no mínimo. Como pode viver essa indústria quatro meses parada? No race, no money. Metade das oficinas de preparação no entorno de Interlagos fecharam ou estão periclitantes.
Além da miséria, a atuação da prefeitura desde 1991 é nefasta em termos tecnológicos, pois quando essas estruturas desaparecem, a tecnolgia se perde, um número enorme de profissionais gabaritados foi fazer outra coisa. A verdade é que a PMSP e sua visão míope focada na Formula 1 destruiu o automobilismo paulista que era o maior do país.
Essa é a verdadeira face do GP da Miséria.

Roberto das Silva Zullino, Engenheiro Civil pela Poli/USP 1972, Master of Science in Civil Engineering and Management, Stanford University, CA, USA, 1978/1980.

 Esgoto a céu aberto e ninguém faz nada: